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terça-feira, 23 de junho de 2009

Chegada em Papucaia

E ai gente
Vou continuar hoje a escrever e em breve vou poder escrever todos os dias ok.

Quando eu fui preso tinha exatamente 23 anos e um mês de vida.
Dia 28/04/2006 foi o dia da minha prisão.
Dia que as minhas cadeias ficaram visíveis. Vou contar como tudo isso começou.
No ano de 2004 quando eu ainda tinha 21 anos fui convidado por um tio de consideração para visitar construção do seu restaurante em Papucaia, Cachoeiras de Macacu, fiquei encantado com o lugar, e passado alguns dias ele me fez uma proposta de trabalho que aceitei, retornei a minha casa no Rio a onde eu morava com a minha esposa, meus três filhos e minha sogra. Estava com a minha esposa desde os 16 anos e o meu casamento passava por uma turbulência.
Amei a idéia de morar em outra cidade, e sem problemas, pois tinha a desculpa de ser um bom trabalho, então retornei para começar a trabalhar em agosto quando o restaurante já era para estar pronto, permaneci ali por vários dias sem ir ao Rio fiquei totalmente envolvido com o trabalho tentando organizar o máximo possível para a obra terminar. Com menos de um mês voltei em casa passei um final de semana e retornei ao trabalho, e logo após o meu casamento terminou, mas eu não dei à mínima.
E aquela empolgação se estendeu até o dia 19/11/06 as vésperas da inauguração, aprontamos tudo. Lembro que até a grama que havia na frente do restaurante fomos nós que colocamos no final da tarde, ficou lindo!
Nesse momento a cozinheira já preparava o almoço do grande dia seguinte, que seria o êxtase do nosso trabalho. Foi quando por volta das 22:00 hs; tudo estando no seu devido lugar meu primo de consideração e eu fomos com o carro do meu tio levar a cozinheira em casa, ao retornar fomos interceptados pela policia e por não ter carteira fomos encaminhados para a delegacia.
Eu não entrei na delegacia, era meu primo que estava dirigindo.
Mas como queria estar dirigindo, só assim não seria eu a chamar o meu tio para resolver o novo problema.
Fui correndo chamar meu tio e ele veio comigo até a delegacia, entrou nela e logo o policial perguntou se estava tudo bem e ele prontamente respondeu que não e a partir disso não parou de falar e questionar aquela situação nos comparando com os filhos dos fazendeiros da cidade que com mais ou menos 10 anos desfilavam com carros e motos por todo lugar, e indagava qual seria o critério quando de repente olhou para traz a onde estava eu e meu primo e caiu de uma vez como uma tábua.
Corri o peguei no colo junto com meu primo, fomos com o carro da polícia para o posto mais perto, mas lá não tinha aquela bendita maquina que reanimar através de choque e ele faleceu.
E naquele momento de dor comecei a pensar, porque fui chamar, porque não o poupei se sabia que ele tinha problemas de coração e tomava remédio, porque, porque e por quê?
E todos esses porquês me consumiram e com os dias me tornaram amargo.

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